quarta-feira, 11 de março de 2020

[096] Nestes tempos de todos os temores, uma "short story" de Joaquim Saial

O ÚLTIMO HOMEM

Joaquim Saial
Tinham sido os dias da grande pandemia. O último homem, que vivera num recôncavo frente ao oceano, já muito fraco, saiu nessa manhã para ver o mar. Em rocha próxima, que emergia da água, estava pousada uma gaivota. O homem sorriu, pensou que afinal não morreria sozinho e finou-se. Instantes após, o pássaro levantou voo e dentro em pouco estava no meio do seu bando, participando em concorridos voos picados, na apanha de alimento. Por aquela praia, nunca mais se viu ninguém.



3 comentários:

  1. Já estivemos mais longe desse pesadelo.

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    1. Caro/a comentador/a, esqueceu-se de se identificar. Esperemos que não se chame Vírus Corona Anónimo da Silva...

      Mesmo assim, receba um abraço.
      Joaquim Saial

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  2. Gostei. Fez-me recordar um filme chamado A Estrada ou algo assim... uma visão apocalíptica

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